Na ultima semana, muito se comentou sobre a ciclovia que está sendo construida em Ilha Solteira, até hoje não fiz um post por falta de tempo e acesso ao projeto, mas tenho algumas opiniões sobre o assunto, e algumas delas foram expostas
nesse post do Rodrigo Matos Mariano em seu Facebook. Pretendo ainda fazer um post totalmente de minha autoria sobre o assunto, mas como disse preciso de mais informações sobre o projeto para não cometer equívocos.
Aproveitando que este assunto está em alta aqui em Ilha Solteira, gostaria de convidar todos a leitura de um texto escrito pelo Biólogo Renato A. M. Franco e publicado em seu
blog, o texto segue abaixo.
Os que querem a ciclovia não são os verdadeiros ciclistas
A prefeitura municipal de Ilha Solteira afirmou na última quarta-feira, 19, que vai licitar a obra de revitalização da Avenida Brasil com a ciclovia no canteiro central (Jornal da Ilha, 22 de maio de 2010). Muitas discussões estão ocorrendo sobre esse projeto em Ilha Solteira, aqueles que são a favor de um planejamento adequado, com a participação da população e outros que querem que aconteça de qualquer forma a construção da ciclovia, sabendo ou não andar de bicicleta.
Boa parte das pessoas que estão participando deste projeto não conhece bem uma bicicleta, com exceção do professor Sergio Luis de Carvalho. A expansão das ciclovias é também uma forma de combater o aquecimento global, como comprovou o holandês Roel Massink, pesquisador da universidade de Twente na Holanda, que simulou a retirada das bicicletas das ruas e demonstrou a importâncias delas para a redução nas emissões de gás carbônico. Com o aumento progressivo das emissões de gases do efeito estufa nos países emergentes, parece óbvio que uma solução simples seria incentivar o planejamento cicloviário, uma forma barata e saudável de combater o trânsito nas grandes cidades.
Em Ilha Solteira, uma pequena cidade do interior paulista, a bicicleta tornou-se um assunto tão polêmico, construir ou não construir uma ciclovia. Uma questão de bom senso e/ou de interesses políticos para que a obra ocorra de qualquer forma, sem a participação da população ilhense.
Esqueceram também de consultar o "Manuel ou Mané" da bicicletaria sobre o projeto, a idéia é fazer da bicicletaria um biclicletário municipal e assim o Mané não perderia tempo guardando as bicicletas. Segundo o proprietário boa parte das bicicletas são de clientes que levaram para a manutenção e não buscaram as bicicletas após o conserto - assim ele alugaria pelo o uso das bicicletas e o tempo de guardá-las seria menor.
Primeiramente a bicicleta ilhense tem que ter status de veículo, pois ainda existem muitos obstáculos a serem superados para que a bicicletas possam se tornar as rainhas do sistema de transporte brasileiro. Em Ilha Solteira, a bicicleta é um veículo qualquer e desprezado por algumas pessoas e considerado como meio de transporte para pobre. De acordo com o pesquisador holandês Massink, concluiu que o uso de bicicletas em Bogotá representa uma redução nas emissões de 95 toneladas de dióxido de carbono diariamente ou 54 mil toneladas anualmente.
Entretanto, em Ilha Solteira não apresenta poluição e sim de desconhecimento sobre bicicletas, o essencial é reconhecer os usuários de bicicletas, consultar os ciclistas na hora de planejar os sistemas e perceber as suas necessidades, só assim novos usuários se sentirão aptos a entrar neste mundo da bike.
A mobilidade da bicicleta em ciclovia tem que ser planejada e não podem acontecer erros de má infra-estrutura, como postes no meio das pistas, buracos e descontinuidades, e duvido que quem projetou essa ciclovia ilhense tenha andado de bicicleta nesta cidade.
O planejamento é a chave de um futuro mais saudável, seguro e correto para a sociedade que realmente anseia por cidades funcionais, agradáveis e com baixas emissões de poluentes.
Para atitudes como essa consulte antes um ciclista, essa é a recomendação.